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07/05/08 - 16h26 - Atualizado em 08/05/08 - 11h28

Aldeia em praia de Niterói opõe índios a donos de casas de luxo

Ministério Público vai pedir parecer de antropólogo sobre as razões dos indígenas.
Associação de moradores de Camboinhas é contra presença de aldeia na área.

Do G1, no Rio

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Foto: Alice Assumpção / G1
Alice Assumpção / G1
Índio mostra sua aldeia, cercada por praia e lagoa.(Foto: Alice Assumpção / G1)

O Ministério Público Federal vai analisar as razões alegadas por um grupo de 38 índios guaranis para ocupar um terreno entre a Praia de Camboinhas e a Laguna de Itaipu, em Niterói, cidade da região metropolitana do Rio. A área é uma das mais valorizadas do litoral do município; e a montagem da aldeia colocou, de um lado, a Funai e os índios; de outro, os donos das casas de luxo. 

De acordo com a assessoria do MP, a entidade vai consultar a Fundação Nacional do Índio (Funai) e uma antropóloga para saber se as terras são tradicionalmente indígenas, como alegam os índios.

A presença do grupo de guaranis, que chegou há três meses de Paraty, no Sul fluminense, provocou insatisfação entre os moradores de Camboinhas. Foram eles que acionaram o MP por intermédio da Sociedade Pró-Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam).

Os residentes de Camboinhas alegam que a presença da tribo está desrespeitando uma lei federal de agosto de 2006. Esta norma teria transformado o local onde está fixada a aldeia em área de preservação permanente, onde nada poderia ser construído.

 

Foto: Alice Assumpção / G1
Alice Assumpção / G1
Cacique Isaías mostra ossos encontrados na região. Segundo ele, são de índios guaranis. (Foto: Alice Assumpção / G1)
  " Área é sítio arquelógico e pode ser ocupada", diz Funai em Paraty

 

Para a Funai, no entanto, a área é, na verdade, um sítio arqueológico e, justamente por isso, pode ser ocupada pelos indígenas.

 

O chefe do escritório da Funai em Angra dos Reis e Paraty, Cristino Cabreira Machado, afirma que a entidade está acompanhando os índios na reivindicação de mudança para o local.

“Áreas classificadas como sítios arqueológicos podem ser ocupadas por povos tradicionais. Estamos fazendo reuniões com a Secretaria estadual de Meio Ambiente, com o IEF (Fundação Instituto estadual de Florestas do Rio) e com associações de moradores do bairro para começar a conversar sobre o assunto. O objetivo final é conseguir uma liminar junto ao MP determinando a ocupação”, explica Machado.

O cacique da tribo, Isaías Oliveira,de 23 anos, afirma que mais 20 índios chegarão ainda está semana ao local.

 

Foto: Alice Assumpção / G1
Alice Assumpção / G1
Tribo está vivendo da pesca e do artesanato, vendido na praia nos fins de semana. (Foto: Alice Assumpção / G1)
  "É mais fácil viver aqui", diz cacique da tribo

“Eles também vêm de Paraty. Estamos aqui porque esta terra é nossa. Outros índios já viveram aqui. Há alguns anos, recebemos a informação de que havia um cemitério indígena aqui. Viemos primeiro para checar e, depois, nos mudamos com a ajuda da Funai”, explica Isaías.

“Estamos vivendo da pesca e de artesanato, mas vamos construir uma horta, em breve. Gostamos do local porque é perto do mar, de uma lagoa e da cidade. É mais fácil viver aqui do que em Paraty”, diz ele.

Por meio de sua assessoria, a prefeitura de Niterói afirmou que vai esperar o parecer do MP para se pronunciar sobre o assunto, mas adiantou que o terreno não pertence à municipalidade.

 

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